domingo, 28 de fevereiro de 2010

maldições ao vento.

O difícil das palavras é que nem sempre elas dizem o que pensamos em escrever. Diz o velhor Dirceu ao lembrar de sua juventude que tinha sido um tanto difícil. -Meu caro filho a vida não é tão ruim assim não lamente. Na sua idade você não pode confiar em ninguém, ou então dê seu sangue aos que imploram sua dor. As pessoas passam por isso. Eu passei também se não acredita, e vou te contar pra ver como foi pior. Nunca fui de ter amigos, ninguém nunca foi bom o bastante pra me agradar. As pessoas mentem, roubam forjam, te enganam, não existe amigos de verdade nesse mundo. Mas existe os persistentes que mesmo errando lutam para manterem um relacionamento bom entre vocês, você só precisa deixar sua sensibilidade ligar ao seus sentidos querido. Bom, eu devia ter uns 15, nunca fui bom em números, sabe sempre andei com com um, mas ninguem, meus amigos nunca foram de colegial. Eu nunca discuti, a base de tudo era uma conversa franca, até que tudo começou a se tornar mais difícil. Os conceitos, as mudanças, o orgulho. ÓBVIO, não foi num semaninha, o tempo foi indo e levando um pouco de desaforo, orgulho, omições até que a carga foi ficando pesada pra quem andava com esse tempo maldito que deixava-nos carregar essas aflições. Eu e meus namoricos, era de tirar boas gargalhadas. é, eu minto mal. era muito esperto, conseguia sempre saber de tudo. as pessoas nao escondem a verdade. elas só dobram em várias partes e guardam no olhar. o rosto é o seu inimigo para mentiras. e como nossa geração nunca foi lá pros ramos de cinema, estamos mais ferrados ainda, acredite. eu tive um caso, que não durou muito tempo mas, ela era linda. sua pele branca, macia me tirava o fôlego e seu corpo magro e estreito me era bem cômodo. Vulnerável e frágil não demorou muito pra termos algo mais intímo, se é que me entende garoto. Mas foi rápido, logo algumas semanas após o começo de nossa história eu fui vendo o quanto a garota cor de Paris era egocentrica. isso pra mim explicar mais da metade de suas aitudes superfluas e infantis. Mas não foi só isso. durante esse relacionamento de poucas semanas tive de apresentar a parisience fabulosa a único "um" que me acompanhava, meu amigo José. eles eram colegas, afinal o antisocialismo não era seu forte. é, e não era mesmo. Depois que terminei com ela, coloquei uma placa no café onde trabalhava no centro " Proibida entrada de francesas e ninfomaniacos". ah não faça essa cara, a piada foi boa sim. bom, eu proibi a entrada do meu café, mas o josé não proibiu a entrada do seu quarto. Ele até me havia dito que estava ate mais amigo dela. eu me irritei, é claro. eu sabia a meretriz que ela era. mas meu amigo nunca me deu ouvidos em questao de amor. se é que com ela, pode-se dizer amor. Mas é incrivel como as pessoas sempre acham que as pessoas são mais burras que elas. eu sempre detalhista, eu sabia que não era só aquilo. mas não dei ouvidos a minhas duvidas. e pra que não dei? eu era que nem eles, adorava ser enganado. eu sempre gostei de visitar meu amigo nos finais de semana, eu não tinha tempo livre o suficiente. Eu resolvi fazer uma surpresa, arrumei as malas e fui fazer uma noite de amigo na casa dele. aluguei os melhores filmes. lógico, ou ahca que iamos passar a noite sendo chicoteados de filmes tediantes? ou baralho, fazia isso de manha com os de idade muito mais avançada que a minha, na época. como sempre tinhamos uma a chave do outro, afinal não sabiamos quando a casa poderia pegar fogo certo? resolvi lhe pregar um susto daqueles. e na hora que me vem a cabeça de abrir a porta, já abrindo. nem mais nem menos. ele se assustou como pensei. já era de madrugada e estavamos morrendo de rir da vida dos outros nossos colegas, lhe derrubei um copo enorme de refrigerante no corpo sem ao menos ver, e foi direto ao banheiro tomar um bom banho. estava um tédio e então fui ver as suas correspondencias. incrivelmente tinha mais de 20 cartas abertas. e todas para josé. ele sempre odiou correspondencias, a curiosidade e o receio me pregaram nos olhos. fui ler, nunca fomos de esconder nada. eu ate emprestava minhas roupas a ele e o mesmo acontecia comigo. cartas de amor, tinha de ser. cartas de amor explicito. eu fiquei muito impressionado afinal, ele nunca havia me dito que flertava alguém, eu quase ia me esquecendo , o remetente, pensei. A parisience. eu pensei em milhões de coisas pra falar a ele na hora, e até me deu vontade de esbofetear a cara daquela francesa maldita. mas nessas horas nada melhor do que um doloroso e infeliz silêncio. guardei as cartas, liguei para um táxi, guardei minhas coisas e fui embora. nós pensamos que quando passamos por coisas ruins sempre seremos frios e fortes. mas eu fui a maior criança de todas. quando cheguei em casa chorei até meu rosto se desfazer nas minhas lágrimas. era mais que um amigo, um irmão de vida. era ter que deixar o amigo morrer na estrada e continuar sozinho. bom depois daquilo surpreendetemente eu fui tranferido para outro estado, porcausa do trabalho do meu pai. antes de eu sair da casa do josé eu lhe escrevi uma carta que tinha mais ou menos uma tres paginas. eu nem lembro o que eu escrevi naquela hora. mas de uma coisa estou conciente até hoje, eu escrevi na ultima pagina " O tempo passa rápido, quando você menos espera tudo já se desfez sem ao menos você poder dizer que essa cena foi como uma tarde de primavera num pic-nic com seus íntimos. deixar que tudo aconteça é um descaso, e parar pra ver se acontece é desgastante. nesta página não existe o cômodo." que irônia não? eu falando de atuar.

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